Nada como uma manchete espetacular para alavancar a venda de revistas e jornais. No meio jornalístico, todos sabem disso e muitos usam e abusam dessa prática. Nesse caminho, a manchete da vez foi o enfático e categórico “premonição existe”, que li nas bancas esta semana.
Sabia que mais cedo ou mais tarde nossa imprensa iria repercutir um recente estudo realizado nos Estados Unidos que testava a capacidade de um grupo de estudantes em “prever o futuro”.
Os experimentos consistiram em solicitar a 1.100 estudantes que respondessem antecipadamente em qual parte da tela de um computador iria aparecer determinada imagem, ou pressentir se a próxima imagem teria teor erótico ou não.O índice de acerto em alguns experimentos foi de 53%, algo superior ao que seria esperado se o acerto fosse obra do acaso.
O estudo tinha sido muito bem analisado pelo ótimo jornalista Hélio Schwartsman em seu blog no jornal Folha de S.Paulo.
Suspeitei ingenuamente que a revista IstoÉ iria pelo mesmo caminho, mas o que eu li foi o costumeiro mal uso da ciência para vender alguma coisa, neste caso, exemplares.