Se um homem dormir com outro, como se fosse com mulher, ambos cometem uma abominação e serão punidos com a morte: seu sangue cairá sobre eles.
(Levíticos 20:13)
Temos um cérebro moral. Pelo que sabemos até agora, possuímos redes neurais que participam em decisões e julgamentos morais. Descobrimos isso, em parte, através do estudo de casos clínicos, onde pacientes com lesões em áreas específicas do cérebro passaram a ter um comportamento social alterado.
Já escrevemos nesta coluna sobre alguns desses casos, antigos como o de Phineas Gage e modernos como os descritos pelo neurocientista Antônio Damásio. Também comentamos os experimentos onde com o uso de imãs gerando campos magnéticos sobre áreas específicas do córtex cerebral foram produzidas alterações temporárias em determinados julgamentos morais.
Há anos a neurociência está interessada em saber como essas redes neurais “morais” se formam. Já nascemos com elas ou são criadas pelo convívio em sociedade? As evidências indicam um pouco das duas possibilidades. Os genes gerariam o circuito cerebral básico que nos leva a sentir prazer quando fazemos coisas que nosso grupo considera positivas, e emoções negativas quando realizamos ações nocivas a nós mesmos ou ao grupo ao qual pertencemos.